Viagem Califórnia: Como visitar San Diego, curiosidades e dicas da cidade
San Diego foi amor à 1ª vista. Foi minha 2ª vez por lá e eu continuo apaixonada pela cidade do mesmo jeito, quando fui visitá-la a trabalho para um congresso de uma semana nos anos 2000. Pensa em uma cidade com uma `vibe` praiana, com clima quente, com uma natureza belíssima, um bordwalk charmoso repleto de barcos e veleiros na marina, bairros totalmente renovados que contam a história da cidade, parques muito bem planejados, praias limpas na costa californiana, uma intensa vida marinha preservada, e tudo isso em uma cidade de porte médio com em torno de 1.4 milhões de habitantes, mas com toda a infraestrutura que as cidades americanas possuem.
San Diego é uma cidade que eu escolheria para morar, nem sei explicar direito a conexão que eu sempre tenho ao chegar por lá. Talvez me lembre um pouco o clima praiano do Rio de Janeiro pelas 2 cidades terem belezas naturais únicas. Sou apaixonada por San Diego, ficaria lá para sempre!
Curiosidades para saber:
Industria Naval: A marinha é um dos maiores empregadores na cidade de San Diego. Por volta de 1941, durante a 2ª guerra mundial, a cidade atraiu mais de 50 mil trabalhadores na área de construção naval, e porta aviões. Com o fim da guerra e o fechamento de muitas instações para construção de navios, San Diego continuou sendo a base para as operações na Costa Oeste e até hoje a região é um importante centro para a marinha americana.
Intercâmbio: San Diego é uma cidade muito procurada por estudantes latinos para uma região de intercambio nos EUA. O cliente quente e agradável, a proximidade do México que influenciou a cultura, gastronomia, e hábitos, e os preços mais competitivos por San Diego ser uma cidade média, torna este destino muito buscado por estudantes latinos que querem aprender ou aperfeiçoar o idioma. Adicionalmente a tudo isso San Diego é definitivamente uma cidade praiana com muito estilo e charme.
Clima: Apesar da água gelada do oceano pacífico, o clima em geral em San Diego é bem agradável, ensolarado e com pouca chuva. Ao contrário de San Francisco com seus ventos gelados mesmo no verão, San Diego atrai muitos visitantes pelo seu clima mais ameno e excelentes praias. Na minha 1ª vez em San Diego estivemos no inverno, e agora no verão. Apesar dos dias mais frios em janeiro, me lembro de todas as manhãs ensolaradas de inverno.
Fronteira com o México: San Diego fica no extremo sul do estado da Califórnia e faz fronteira com Tijuana no Mexico. Toda esta proximidade fez a cidade herdar muito da cultura e hábitos mexicanos e latinos. Na 1ª vez que estive em San Diego pegamos um trem do centro e fomos até a cidade de Tijuana, mas não atravessamos a fronteira.
Diversidade da Fauna: Em função da posição geográfica e da rota migratória para o oceano pacífico, a região de San Diego possui uma diversidade enorme de animais comparada as outras regiões americanas inclusive espécies ameaçadas de extinção. Nunca vou esquecer as dezenas de leões marinhos e focas que estavam se divertindo nas praias centrais de La Jolla, em seu habitat natural de forma preservada. Muito bacana esta natureza tão diversa em San Diego.
Rotas para chegar:
San Diego
A cidade está no extremo sul do estado da Califórnia e faz fronteira com Tijuana no México. Nesta viagem em julho de 2021 estávamos em Miami e nossa rota para chegar a San Diego foi por Los Angeles de avião. Era a cidade que tínhamos mais opções de voos com diversos horários, então preferimos chegar por Los Angeles, alugar um carro no aeroporto e seguir para San Diego que fica há 2 horas de carro, percorrendo 193 km.
Lugares para conhecer:
Gaslamp Quarter
Esta foi nossa 1ª parada logo que chegamos em San Diego. Nosso hotel ficava no coração do Gaslamp Quarter, este bairro típico e pitoresco com mais de 16 quarteirões que lembram os lampiões a gás e que foi totalmente renovado. Em julho de 2021, a cidade já mostrava todos os sinais de volta a normalidade em função da pandemia e as ruas dos Gaslamp Quarter estavam todas fechadas para carros e abertas para pedestres. Como o bairro possui dezenas de restaurantes, as mesinhas foram colocadas nas calçadas e ruas com estruturas de madeira para dar mais segurança aos frequentadores.
Na década de 70, a região de Downtown onde fica localizado o Gaslamp Quarter era uma área perigosa com comércio de drogas, e assaltos. Já na década de 90, os quarteirões sofreram uma profunda renovação atraindo artistas, cultura, lojas, restaurantes e o Gaslamp Quarter é considerado patrimônio histórico nacional e um ponto turístico obrigatório, um verdadeiro ponto de encontro entre os moradores de San Diego e os visitantes que não cansam de admirar as fachadas vitorianas, prédios históricos e opções de entretenimento para todas as idades. A região fica ainda mais animada ao cair da tarde, e conseguir uma mesa sem reserva em um restaurante no Gaslamp Quarter, mais uma vez é um exercício de paciência.
Escultura Unconditional Surrend
Um beijo icônico entre um marinheiro e uma enfermeira que aconteceu na Time Square em NY em agosto de 1945 quando acabou a 2ª guerra mundial e virou uma escultura gigante exposta em San Diego, bem ao lado do Porta Aviões USS Midway. A escultura é incrível e não existe ingresso para visitá-la. É free. E ainda tem um estacionamento ao lado, bem fácil para parar o carro.
Sobre a história da escultura: o marinheiro George e a enfermeira Greta não se conheciam e a controvérsia é que parece que foi um beijo `roubado`. Pelo que eu li, os 2 mantiveram contato depois e Greta se referia ao dia como uma comemoração de uma data feliz pelo fim da 2ª Guerra Mundial e que a história tratou de eternizar como um dos beijos mais icônicos de todos os tempos.
USS Midway – Um porta-aviões que virou um museu
Eu vou ter que reconhecer que visitar o USS Midway, um gigante porta-aviões que fica ancorado na baía de San Diego não estava na minha prioridade dos pontos de interesse de San Diego. Mas eu fui, e confesso que foi um dos melhores passeios que fiz em toda a viagem. Foi absolutamente fantástico conhecer por dentro como opera o gigante USS Midway. Além de percorrer os andares inferiores para conhecer como era a vida dos marinheiros e pilotos, e seus dormitórios, lavanderia, cozinha, refeitórios, cabines; o que mais gostei foi poder entrar nos pequenos aviões e helicópteros decolavam do porta-aviões.
Uma curiosidade muito bacana é que os monitores do USS Midway são em sua grande maioria senhores e senhoras que trabalharam no próprio porta-aviões e agora são voluntários ajudando aos visitantes a entender toda a dinâmica e história deste tremendo navio que atuou em guerras e missões humanitárias. No flight deck, é a pista de decolagem dos aviões, estão expostos em torno de 26 aeronaves como helicópteros, aviões de ataques, caças e a parte bacana é que em alguns os visitantes podem entrar e sentar nas cabines nas aeronaves.
O tour tem áudio guides em várias línguas o que ajuda muito ao visitante a entender como funcionava cada parte do porta-aviões. Uma lição que aprendi por lá foi relativo as cores dos uniformes de cada trabalhador no navio. Cada um tinha uma missão, como por exemplo ser o responsável por movimentar aeronaves na pista, gerenciar as decolagens, encher os tanques dos aviões, garantir a manutenção de cada aeronave, carregar as bombas que os aviões levavam, e muito mais. A sensação era que eu estava dentro de um filme exatamente como vemos no cinema. Que visita fascinante, poder ver tão de perto uma obra de engenharia tão complexa e gigante.
O USS Midway Museum recebe em média 1 milhão de visitantes por ano, ele trabalhou por 47 anos e foi aposentado em 1992. O porta-aviões foi inaugurado poucos dias antes do término da 2ª guerra mundial, e sua grande atuação foi na Guerra do Vietnã.
O museu é muito concorrido então a dica é comprar o ticket online com bastante antecedência para não perder tempo. Em uma viagem o bem mais precisos é o tempo jogar a favor para podemos percorrer tudo o que queremos.
Balboa Park
Eu já havia estado no Balboa Park na minha 1ª vez em San Francisco, e resolvi repetir a visita, porque o lugar é muito agradável, a arquitetura é sensacional, e os museus são excelentes. Ficamos uma tarde inteira, mas acho que precisaríamos de pelo menos 2 dias para visitar parte dos museus e andar sem pressa por cada prédio. Isso sem mencionar o Zoo que é mundialmente famoso e o cartão postal de San Diego.
O que mais me atrai no Balboa Park além dos jardins, trilhas, bosques, natureza, caminhadas, é a parte arquitetônica, herança de 2 Exposições Mundiais: A Exposição Panamá-Califórnia de 1915 e 1916 e a Exposição do Pacífico da Califórnia de 1935e 1936. Os prédios, e as fontes são absolutamente magníficos, com destaque para a grande estufa do Jardim Botânico que impressiona os visitantes e seu espelho d´água logo em frente. Pelo que eu li, o parque era para ser uma construção temporária para a exposição mundial. Sorte a nossa, dos visitantes os prédios ficarem de herança para futuras gerações poderem visitar lugares tão especiais.
A arquitetura dos prédios é rica de detalhes e com muitos ornamentos inspirados na arquitetura espanhola colonial da nova Espanha / México.
O parque conta com mais de 16 museus, e um trenzinho gratuito que faz tipo um `hope on / hope off` levando os visitantes as principais atrações do parque. Em julho, o calor estava forte, e este trenzinho nos salvou porque era impossível andar por tudo a pé. Eu acho que as fotos já falam por si, mas este é um dos meus lugares preferidos em San Diego.
Zoo San Diego
Zoológicos definitivamente nunca estão no meu roteiro pelas cidades que eu visito. Mas queria deixar aqui o registro que o Zoo de San Diego é mundialmente famoso, e eu acho que é em função dos pandas que tem sua casinha por lá. Já na 1ª viagem passamos um dia no Balboa Park e até ensaiamos uma ida ao Zoo que era bem pertinho. Mas o local é muito concorrido, com muita gente e acabamos desistindo.
Seaport Village
Este é um boardwalk muito agradável para caminhar no final da tarde e apreciar um lindo pôr do sol vendo os barquinhos chegarem e partirem ao longo da baía de San Diego. É possível de um lado ver a ilha del Coronado, do outro um marketplace cheio de lojinhas típicas e mais pra frente é possível chegar até a escultura gigante do Unconditional Surend. O Seaport Village fica bem pertinho do Gaslamp Quarter, atravessamos o centro de convenções por uma escadaria e chegamos deste caminho a beira mar.
Este é um ótimo lugar para almoçar ou jantar, mas os restaurantes são muito concorridos já que os visitantes sempre buscam um jantar com a vista da baía, então mais uma vez, a dica aqui é chegar cedo para garantir uma mesa bacana. São dezenas de opções de restaurantes.
Old Town State Historic Park
Na 1ª vez que estive em San Diego, pegamos um ônibus hop on / hop off e uma das paradas era no pitoresco centro histórico da cidade. Trata-se de ponto bem turístico que conta aos visitantes através dos seus museus, lojinhas e arquitetura como foi a colonização de San Diego e a influência mexicana. Fizemos uma parada rápida caminhamos entre as casinhas que parecem nos transportar para o velho oeste americano. Vale uma parada por lá!
Ilha del Coronado
A ilha fica bem pertinho de San Diego, e além de ser um lugar muito bacana para visitar, ir a praia e bater perna entre as lojinhas, restaurantes e vitrines, a cereja do bolo é o Hotel Del Coronado. Este exclusivo e icônico hotel em estilo vitoriano pode ser visitado mesmo que você não esteja hospedado por lá. Existem vários restaurantes que são abertos para não hóspedes. O hotel me lembra muito o Grand Floridian em Orlando, bem próximo ao Magic Kingdon. Os dois são meus sonhos de consumo! Hoteis lindos que valem passar uma tarde por lá!
La Jolla
La Jolla quer dizer jóia, e aprendi por lá que se pronuncia `Róia`. A jóia de San Diego é um bairro que fica em torno de 20km do centro e possui em torno de 45 mil habitantes. Trata-se de um destino badalado, charmoso e exclusivo sob a ótica de seus moradores. O preço de uma casa em La Jolla é comparado as mansões de Beverly Hill em Los Angeles.
Mas apesar de toda esta fama, La Jolla é pequena e tem aquele clima californiano, de uma vida tranquila, com muitas atividades ao ar livre, muita natureza, yoga, surf e um pôr do sol que corre o mundo de tanto que é fotografado.
As rochas das praias de La Jolla rendem fotos lindas, bem como as fotos dos leões marinhos e focas que dão um show barulhento e divertido nas praias perto da avenida principal – Prospect Sreet. Foi único ver dezenas de leões marinhos se divertindo na água e descansando na sombra em seu habitat natural.
Passamos quase um dia inteiro em La Jolla percorrendo as praias, caminhando na orla, e observando aquelas casinhas penduradas nas costas e debruçadas para o mar. Começamos por La Jolla Cove que é uma praia muito procurada pelos visitantes, tem um ótimo estacionamento, um gramado verdinho, e no dia que fomos as águas estavam bem calmas. Seguimos para La Jolla Shores, e uma paradinha para lindas fotos, e finalizamos nas praias mais centrais perto de Prospect Street onde presenciamos dezenas de leões marinhos e muitas focas.
Lugares para Comer & Beber
Lou & Mickey
Este foi o restaurante que escolhemos para nosso primeiro jantar em San Diego. Ele fica bem localizado entre o Convention center e a entrada principal do Gaslamp Quarter. O restaurante é excelente com mesas na área externa, um ambiente muito agradável, e a especialidade é de carnes e frutos do mar. Achei o preço médio que estávamos pagando durante a viagem. Adorei a comida e o lugar
Old Spaghetti Factory
Conhecemos este restaurante temático em Montreal no Canada. O ambiente é divertido, e a comida me lembrou grandes redes de restaurantes deste estilo. Uma boa opção também no coração do Gaslamp Quarter.
Ghirardelli
E para quem não resiste a um chocolate ou a um sundae, a famosa lojas de chocolates tem uma filial no Gaslamp Quarter. Mais uma vez eu não resisti e fui lá tomar o conhecido sundae!
Greystone Prime Stakehouse & Seafood
Este já é um restaurante mais sofisticado com uma gastronomia diferenciada. O restaurante é mais intimista, mas também possui mesas externas. Os pratos são bem servidos, e a localização é também no coração do Gaslamp Quarter bem em frente a loja de chocolates Ghirardelli
Hospedagem para escolher
Minha sugestão é se hospedar perto da região do Gaslamp Quarter, um bairro que foi totalmente renovado com muitas opções de restaurantes e uma localização bem central perto do boardwalk, do centro de convenções, dos museus marítimos e muito mais. San Diego conta com muitas opções de hospedagem para todos os gostos e bolsos.
Hotel Indigo
Nossa escolha de hospedagem foi o Hotel Indigo no coração do Gaslamp Quarter e eu super recomendo. Sabe aquele hotel fofo, bem localizado, com um quarto espaçoso, com uma poltrona que te abraça e que tem uma iluminação intimista? E o café da manhã foi ótimo também com aquela french toast que eu amo. Foram dias incríveis por lá!
Hotel Del Coronado
Mas se existe um outro hotel que absolutamente mora no meu coração é o Hotel Del Coronado, na ilha que leva o mesmo nome. Na duas vezes que estive em San Diego fui visitá-lo. Na 1ª vez era inverno e agora em julho de 2021 era alto verão. Posso afirmar que as 2 vezes foram mágicas, parecia que eu estava dentro de um filme de época.
O hotel tem uma arquitetura vitoriana e foi aberto em 1888, é considerado um dos resorts mais exclusivos e icônicos dos Estados unidos e fica a beira mar na Ilha Del Coronado. A dica bacana é mesmo que você não esteja hospedado existem vários restaurantes que são abertos ao público e a praia também é pública, então é possível para passar um dia lindo naqueles jardins verdinhos em frente a praia. Mais do que um hotel, trata-se uma parada obrigatória em San Diego. E uma última curiosidade é que o filme Quanto mais quente melhor de Marlyn Monroe foi filmado lá!
História para conhecer
A influência mexicana em San Diego vem desde o tempo da colonização. A maior parte das terras da região eram distribuídas aos colonos ricos e em 1821 quando o México declarou independência da Espanha, San Diego passou a fazer parte do estado mexicano da Alta Califórnia.
Anos mais tarde, por volta dos anos 1850, houve uma guerra entre Americanos e o México e a região de San Diego foi anexada aos Estados Unidos. Mas toda a herança latina com respeito a gastronomia, cultura, hábitos ainda é muito presente em San Diego.
Já no período da 2ª Guerra Mundial, San Diego passa a ter um protagonismo em função do estabelecimento da indústria naval que iria suportar o país. Foi um momento que atraiu muitos trabalhadores para a costa oeste americana. Após o fim da guerra houve o fechamento dos estaleiros para a construção de navios, porém tempos mais tarde, San Diego foi escolhido pelo governo americano como uma base chave da marinha na costa oeste americana o que manteve a importância da cidade. Hoje a Marinha Americana é um dos principais empregadores da cidade que junto com o turismo são importantes atividades econômicas para a região.